Um murmúrio que desperta os teus anseios
um olhar que te afaga as sensações
um resquício luminoso
de momentos só sonhados ...
um bailado de vontades impossíveis ...
Uma brisa de palavras encerradas
no segredo dos desejos reprimidos
um sabor amargo-doce
nos sorrisos receosos ...
Um sentir inconfessável que te abrasa e te magoa
um suspiro que esmorece ...
... te resigna
... te endoidece
nas batalhas que tu perdes contra ti
ao negares a evidência que te assalta
Um sonho breve ...
arrastado na passagem das areias
e deixado nas pegadas
que se extinguem
com o ritmo da maré ...
JCE 02/2011
.../...fico suspenso na expectativa
de um pensamento que rasgue o tempo
e me traduza o sonho das árvores
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
BASTA-ME A NOITE
Basta-me a noite amor
para o sorriso voltar
depois de perdido andar
nas horas que percorri
em solitário ardor
Basta-me a noite amor
para ver a luz brilhar
e repousar no calor
das conversas ao luar
Basta-me a noite, meu amor
para me pacificar
ao sentir o teu corpo amado
no aconchego dos meus braços
onde ele pertence, enleado
Basta-me a noite amor ...
JCE 02/2011
para o sorriso voltar
depois de perdido andar
nas horas que percorri
em solitário ardor
Basta-me a noite amor
para ver a luz brilhar
e repousar no calor
das conversas ao luar
Basta-me a noite, meu amor
para me pacificar
ao sentir o teu corpo amado
no aconchego dos meus braços
onde ele pertence, enleado
Basta-me a noite amor ...
JCE 02/2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
APENAS SENDO ...
Esqueci-me das ausências
quando me ausentei de ti
Pregões distantes sopraram nas nuvens
as chuvas passaram
e os dias continuaram, nos amanheceres
As noites repousam na tranquilidade
da minha alma
sem memórias de vidas distorcidas
apenas sendo ...
JCE 02/2011
quando me ausentei de ti
Pregões distantes sopraram nas nuvens
as chuvas passaram
e os dias continuaram, nos amanheceres
As noites repousam na tranquilidade
da minha alma
sem memórias de vidas distorcidas
apenas sendo ...
JCE 02/2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
ABSOLVIÇÃO
No raiar de uma nova aurora
despertas para a revelação
da insuportabilidade
no caminho que já trilhaste
soltas uma lágrima incontida
na percepção embaciada
da chegada
ao ponto onde a luz esmorece ...
e refugias-te.
Apagas a lembrança de ti,
abandonas-te
sem reflexão, amordaças as dores
que infligiste em quem escolheu viver-te,
e que te rasgam
no silêncio,
como navalhas acabadas de afiar
[recuas perante as imagens
insidiosas,
invasivas e acusatórias]
mudas de ser,
camisa lavada sobre cinzas,
destroços esmagados pelo peso do erro
que rejeitas
e embrulhas em papel pardo.
Não és mais aquele,
és um novo ser, pujante na confiança encomendada
distante dos pecados que outros sofreram
ignorante das memórias
que te esforças por não ter.
[Nos silêncios temes a ressurreição
nas ausências inventas intenção.]
Recuperas manifestos de felicidade,
receitas de bem-estar “Al punto”,
que incorporas no quotidiano
incorpóreo
repudiando as incursões do sentir,
quando emergem os resquícios
do teu ontem enterrado
passas pelos dias com impaciente sofreguidão
na procura da confortante distância
mas carregas em ti o receio
permanente
do momento em que a escuridão engolfe
o cansaço.
No despertar do teu ser abandonado
(…ignorado…)
(…esquecido…)
(…repudiado…)
encontras-te perante um ”EU”
que te acusa
de encarnares o que não és
enterrando em ti
o que não mais desejas ser.
[Reconheces-te
e não sabes como fazer
para te aceitares
perante ti.]
Num remoinho esquizoide
de revolta sensitiva
ajoelhas a tua vontade,
derrubas a determinação,
pões de rojo a ilusão.
Encetas um novo percurso
com as cinzas do teu Outro
que se confunde
numa mescla de ti
em busca da absolvição.
Na simbiose
do ontem com o não ser
regressas ao ponto da ruptura
e com a alma despida
abres caminho ao futuro
que te aguarda
indiferente às dores que em ti carregas
descobres, sem surpresa,
sem alegria ou tristeza,
que o destino que te acolhe
é seres tu próprio, nada mais ...
[... acolhes em ti o perdão ...]
JCE 02/2011
despertas para a revelação
da insuportabilidade
no caminho que já trilhaste
soltas uma lágrima incontida
na percepção embaciada
da chegada
ao ponto onde a luz esmorece ...
e refugias-te.
Apagas a lembrança de ti,
abandonas-te
sem reflexão, amordaças as dores
que infligiste em quem escolheu viver-te,
e que te rasgam
no silêncio,
como navalhas acabadas de afiar
[recuas perante as imagens
insidiosas,
invasivas e acusatórias]
mudas de ser,
camisa lavada sobre cinzas,
destroços esmagados pelo peso do erro
que rejeitas
e embrulhas em papel pardo.
Não és mais aquele,
és um novo ser, pujante na confiança encomendada
distante dos pecados que outros sofreram
ignorante das memórias
que te esforças por não ter.
[Nos silêncios temes a ressurreição
nas ausências inventas intenção.]
Recuperas manifestos de felicidade,
receitas de bem-estar “Al punto”,
que incorporas no quotidiano
incorpóreo
repudiando as incursões do sentir,
quando emergem os resquícios
do teu ontem enterrado
passas pelos dias com impaciente sofreguidão
na procura da confortante distância
mas carregas em ti o receio
permanente
do momento em que a escuridão engolfe
o cansaço.
No despertar do teu ser abandonado
(…ignorado…)
(…esquecido…)
(…repudiado…)
encontras-te perante um ”EU”
que te acusa
de encarnares o que não és
enterrando em ti
o que não mais desejas ser.
[Reconheces-te
e não sabes como fazer
para te aceitares
perante ti.]
Num remoinho esquizoide
de revolta sensitiva
ajoelhas a tua vontade,
derrubas a determinação,
pões de rojo a ilusão.
Encetas um novo percurso
com as cinzas do teu Outro
que se confunde
numa mescla de ti
em busca da absolvição.
Na simbiose
do ontem com o não ser
regressas ao ponto da ruptura
e com a alma despida
abres caminho ao futuro
que te aguarda
indiferente às dores que em ti carregas
descobres, sem surpresa,
sem alegria ou tristeza,
que o destino que te acolhe
é seres tu próprio, nada mais ...
[... acolhes em ti o perdão ...]
JCE 02/2011
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