.../...

fico suspenso na expectativa

de um pensamento que rasgue o tempo

e me traduza o sonho das árvores



quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ECOS DE ETERNIDADE



Chega a noite...
... aconchego o teu corpo suave
no refúgio dos meus braços...
Afloram-me sensações
quase imperceptíveis
como murmúrios de ecos indecisos
que se espalham ao meu redor

Afagam-me suavemente
mesmerizam-me o olhar
preso
no mistério do teu sorriso

Ah!!
Falha-me a grandiosidade da expressão
que fizesse da tua imagem
estátua de letra e verbo!

Indecisas palavras emergem
nos ecos que se enrolam no meu peito
em ânsias de te amar
eternamente...


JCE 12/2011
 
 
 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

“ONE NIGHT STAND”

Cruzamento de olhares,
procura de sinais
que revelem um mesmo querer...
ou algo mais...

Amarfanham-se palavras em indistintos rumores...

Entre golfadas de indecisão
vem a cedência
à vontade incontrolada...
emergentes fervores...

Entregas-te
no esvair de um momento...
(atracções que se agarram e se desgastam
no ritmo do coito...)
um suspiro sem lamento...

No rescaldo do suor reluzente
retoma-se a aparência do desinteresse
e a contemplação
de luzes sem horizonte...


JCE 12/2011


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

FIM DE TARDE


Encobertas
na penumbra que se espalha
despertam as esplanadas
no fim da tarde na cidade

Refúgios de cansaços fumegantes
nos aromas de café
evolando-se na incandescência de cigarros
evadidos em baforadas desprendidas


JCE 12/2011

("La Guinguette" de Vincent Van Gogh)