Não
te vejo.
Apenas
sinto em mim
o
arrepio voraz dos teus cabelos em desalinho
e
o véu da tontura nascida do aroma
que
as tuas mãos tatuam na minha pele.
Não
te vejo.
Apenas
visto em mim
a
sombra difusa do teu corpo em planície
percorrida
ao sabor da brisa que o meu desejo exala
em
ânsias de oceano prometido.
Não
te vejo.
Apenas
guardo em mim
o
luar reflectido no suor do teu ardor
gotejado
em rebeldia nas margens do amanhecer
como
orvalho descoberto nos meus lábios sequiosos.
Não
te vejo.
Apenas
sou lagoa onde cai teu reflexo
adivinhado
nas ondas imparáveis do sentir
que
me percorre sem pudor e me desnuda o corpo em luz
como
manhã ansiosa por ser dia.
João
Carlos Esteves, 18/01/2013
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