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fico suspenso na expectativa

de um pensamento que rasgue o tempo

e me traduza o sonho das árvores



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NOITES LENTAS

Noites lentas de inverno
consumidas ao som da lareira
insidiosamente hipnótico

Absorto em contemplação
vejo o tempo a abrandar
sinto o crepitar da madeira
consumida pelas chamas
num cortejo de labaredas
que me assaltam o olhar

Florescem divagantes imagens
surgem histórias inventadas
de fugazes seres que se esvaem
abraçados pelo fogo,
pelas cinzas, pelo fumo ...
etéreos bailados de sombras
que se espalham pelos cantos
como nuvens irreais

Lentamente o fogo acalma
recolhe-se às brasas restantes
repousa nos restos dormentes
do seu reino de calor

O tempo regressa até mim
com suavidade e torpor ...


JCE 12/2010

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