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fico suspenso na expectativa

de um pensamento que rasgue o tempo

e me traduza o sonho das árvores



sábado, 23 de outubro de 2010

CAMINHOS

Interiorizei a visão
de um destino ansiado
pelo qual me propus alcançar
um novo plano elevado
na existência salubre
de dias inquietos e mornos

Busquei a transmutação
nos milagres almejados
vagamente vislumbrados
em imaginados futuros

Hesitante larguei a firmeza
das noções anquilosadas
argumentadas na dureza
das vontades dominadas
revivendo a certeza
das dores e mágoas passadas

Abri mão de convenções
vastas e sufocantes
mergulhei nos fragmentos
do silêncio, do vazio,
que me inundou os minutos
como a corrente de um rio

Percorri parca distância
entre avanços e recuos
neste rumo enveredado
em busca de novos futuros

Qual o caminho ideal?
O que procuro afinal?

Saberás o que eu não sei?


JCE 10/2010

4 comentários:

  1. Ninguém saberá mais do que nós mesmos e o caminho está lá, bem dentro de nós na essência que guarda o divino de cada um. Muito bonito e a sabedoria está no sempre haver uma pergunta ao definitivo. Bj e parabéns João. Adorei.

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  2. Ah! A eterna incerteza.Tantos caminhos á nossa frente! E a dúvida.Por qual deles seguir? Se nos dessem uma pista.... Mas o caminho certo está dentro de nós.Não acha, João? Esta incerteza põe-noa á prova.
    O seu poema, aliás lindissimo,obriga-nos a meditar!
    Margarida Alvito

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  3. O caminho das almas encantadas
    Atravessei os desertos da melancolia
    Caminhei para os poços das esperanças perdidas
    Contornei a estrada dos sonhos infinitos
    Atravessei a ponte dos amores desiludidos
    Perdi-me na floresta da inconsciência nascente
    Dormi na parte côncava da árvore de fumo encantado
    Comi o fruto malicioso
    Bebi a água da minha vida incessante
    No riacho dos pensamentos insignificantes.
    E tu onde te escondias?

    Lisa

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  4. Muito obrigado pelos vossos comentários e contributos.

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