Sinto ondas de inquietação
a crescerem lentamente
no meu âmago dormente
como insupeita nascente
prestes a brotar do chão
As palavras caladas acordam
e ansiosas procuram
encontrar novas formas
de abraçar os vazios informes
nos acabrunhados silêncios
expectantes na penumbra
Pouco a pouco ganham vida
numa premonição de sentido
conduzindo o pensamento
para um novo rumo rompido
Sinto ondas de inquietação
encher-me a alma de som
com as palavras já criadas
numa breve inspiração
Afinal foi a palavra
renegada no meu íntimo
que criou novas imagens
irreais (ou algo mais?)
Expurgada a inquietação
nestas linhas onde escrevo
encontro novos alentos
para criar as molduras
de sorrisos e lamentos
JCE 10/2010
Hoje, voltei de um lugar onde as palavras me chegaram no marulhar de vozes secretas e em formas de vagas perenes ... onde as palavras não ditas se fizeram adivinhar na crista de uma onda, nas nuvens desprendidas do horizonte, tombadas sobre o negro da areia ... e, como por Magia, sonhei ... ganhei força.E, foram essas palavras sonhadas que me alimentaram durante estes dias .
ResponderEliminarUm beijo ;.)
Senti falta de uma "gotas de silencio". Já não bebia deste nectar há muito tempo!
ResponderEliminarE logo na chegada, vi-me a navegar nestas ondas de inquietação, tão iguais a tantas outras onde navego. Inquietação é a nossa parceira diária neste mar de tormentas e indesejáveis naufrágios.
Afinal, a onda me atirou à praia da esperança e permitiu-me ver as molduras com sorrisos dentro.
Olá, João.
Fatisfaz-me ver que a sua poesia não esmorece com as sombras.
Um grande abraço com muita ternura.
Elvira Almeida
Lisa, as tuas palavras enriquecem, e muito, as minhas "gotas". Um beijo e obrigado.
ResponderEliminarElvira, saudades já sentia eu de a "ver" por cá.
Obrigado pelo comentário e também um grande abraço para si.