Suavemente chega o crepúsculo
com os seus cambiantes serenos
e reflexos fugazes
como etéreas folhas em queda
das árvores outonais
Arauto da noite próxima
prenúncio das horas leves
dos silêncios confortantes
e das solidões incógnitas
Refrescantes sombras crescentes
espalham-se sobre o cansaço
dos momentos já esgotados
na azáfama do dia
como um manto protector
de oblívios perdões
Efémera presença a tua
de brandos momentos tingidos
com tonalidades difusas
transitórios pedaços em mescla
de um bulício angustiado
e de um sossego ansiado
Cai a noite repousante
com os seus véus de mistério
encerrando a magia tépida
do crepúsculo passageiro
JCE 09/2010
.../...fico suspenso na expectativa
de um pensamento que rasgue o tempo
e me traduza o sonho das árvores
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
INTRUSÃO
Sentiste a minha intrusão
nos recantos da tua alma
quando os meus olhos sorriram
aflorando o teu olhar?
Foi nesse mágico instante
que descobriste o caminho
dos desejos inatingivéis
das vontades irrealizáveis
das escaladas incontroláveis
dos voos inolvidáveis
e das paixões supremas
Sentiste a minha intrusão
nos teus sonhos mais profundos
quando a minha boca tocaste
com os teus lábios de mel?
Foi nesse instante divino
que surgiu um novo mundo
onde nos aventurámos
com as almas enlevadas
e os corpos em fusão
inventando passo a passo
o caudal das sensações
nos limites das presenças,
nos meandros das ausências
Sentes a minha intrusão
nas tuas imagens dos dias
que ambos faremos nascer?
JCE 09/2010
nos recantos da tua alma
quando os meus olhos sorriram
aflorando o teu olhar?
Foi nesse mágico instante
que descobriste o caminho
dos desejos inatingivéis
das vontades irrealizáveis
das escaladas incontroláveis
dos voos inolvidáveis
e das paixões supremas
Sentiste a minha intrusão
nos teus sonhos mais profundos
quando a minha boca tocaste
com os teus lábios de mel?
Foi nesse instante divino
que surgiu um novo mundo
onde nos aventurámos
com as almas enlevadas
e os corpos em fusão
inventando passo a passo
o caudal das sensações
nos limites das presenças,
nos meandros das ausências
Sentes a minha intrusão
nas tuas imagens dos dias
que ambos faremos nascer?
JCE 09/2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
PALAVRAS SOFRIDAS
Sinto as palavras
sofridas
que me inundam
a alma
como vagas
infindas
libertadas pelo mar
Enrolam-se
em novelos confusos
enredam-se
em molhos difusos
derramam
a sua magia
no meu constante divagar
Invadem-me
as margens do ser
para nelas
se espraiarem
e luzirem
hipnóticas
no reflexo
de um olhar
Encerro
as janelas da alma
retenho
as palavras
em mim
até chegar a hora do espanto
JCE 09/2010
sofridas
que me inundam
a alma
como vagas
infindas
libertadas pelo mar
Enrolam-se
em novelos confusos
enredam-se
em molhos difusos
derramam
a sua magia
no meu constante divagar
Invadem-me
as margens do ser
para nelas
se espraiarem
e luzirem
hipnóticas
no reflexo
de um olhar
Encerro
as janelas da alma
retenho
as palavras
em mim
até chegar a hora do espanto
JCE 09/2010
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
BRILHANTES MANHÃS
Desperto os sentidos
para as brilhantes manhãs
deste início de estação,
adornadas com véus
de neblinas,
fugazes cortinas
de gotejante assombramento,
encobrindo os apelos
indistintos
dos horizontes encravados
na distância
Aspiro a frescura das horas novas
emudecidas pela luz
deflectida
na superfície espelhada das águas
Sinto o regresso do Outono,
dos seus dias de amadurecidas belezas,
das frementes e saudosas cores quentes,
num ansiado reencontro
com o tempo
da contemplativa serenidade
JCE 09/2010
para as brilhantes manhãs
deste início de estação,
adornadas com véus
de neblinas,
fugazes cortinas
de gotejante assombramento,
encobrindo os apelos
indistintos
dos horizontes encravados
na distância
Aspiro a frescura das horas novas
emudecidas pela luz
deflectida
na superfície espelhada das águas
Sinto o regresso do Outono,
dos seus dias de amadurecidas belezas,
das frementes e saudosas cores quentes,
num ansiado reencontro
com o tempo
da contemplativa serenidade
JCE 09/2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
VIRAGEM
Deixo o olhar transportar-me
ao longo deste horizonte
que me chama com brandura
Vogo ao sabor das ondas
indolentes deste mar
que se espraia a meus pés
Parto numa jangada de espuma
rumo a destinos incertos
sem que isso me impeça
de sentir o abraço do sonho
Sigo os rastos de luz
salpicados pelas águas
ao encontro de outras vidas
Serenamente aguardo
o momento da viragem
JCE 09/2010
ao longo deste horizonte
que me chama com brandura
Vogo ao sabor das ondas
indolentes deste mar
que se espraia a meus pés
Parto numa jangada de espuma
rumo a destinos incertos
sem que isso me impeça
de sentir o abraço do sonho
Sigo os rastos de luz
salpicados pelas águas
ao encontro de outras vidas
Serenamente aguardo
o momento da viragem
JCE 09/2010
ÊXTASE
Infindável …
assim sinto o teu êxtase
reverberante
vibrante
com laivos de loucura
quase dolorosa
quase colapsante
O meu toque incendeia-te
numa torrente
exasperante
de sabores suados
e aromas lascivos
em crescendo …
Suplicas-me
nos teus gemidos
que não pare, que te sacie
o desejo incontrolável
que te invade
o corpo incandescente
reluzente
de prazer
Saboreio-te docemente
em incursões delineadas
na tua pele sedosa,
humedecida
exploro o teu sentir
gotejante
diluído no meu delírio
que cresce
numa escalada sincopada
com o teu corpo arqueado
em espasmódica extensão
como se procurasses
agarrar
um momento intemporal
Sentes a chegada
do momento
ansiado e adiado
como um manto
possessivo
que te enrola e te sufoca
que te faz sentir que morres
em cada segundo esgotado
numa doce luxúria
eternamente renovada
JCE 05/2010
assim sinto o teu êxtase
reverberante
vibrante
com laivos de loucura
quase dolorosa
quase colapsante
O meu toque incendeia-te
numa torrente
exasperante
de sabores suados
e aromas lascivos
em crescendo …
Suplicas-me
nos teus gemidos
que não pare, que te sacie
o desejo incontrolável
que te invade
o corpo incandescente
reluzente
de prazer
Saboreio-te docemente
em incursões delineadas
na tua pele sedosa,
humedecida
exploro o teu sentir
gotejante
diluído no meu delírio
que cresce
numa escalada sincopada
com o teu corpo arqueado
em espasmódica extensão
como se procurasses
agarrar
um momento intemporal
Sentes a chegada
do momento
ansiado e adiado
como um manto
possessivo
que te enrola e te sufoca
que te faz sentir que morres
em cada segundo esgotado
numa doce luxúria
eternamente renovada
JCE 05/2010
domingo, 19 de setembro de 2010
ORÁCULO
Paisagens ensombradas
por pegadas ancestrais,
marcas assaz duradouras
de profecias vindouras,
reluzentes odisseias
aguardadas pelos crentes
em súplicas subjacentes
ao sentido de uma vida
replicada em muitas mais
Expectativas lavradas
em sinais adivinhados
nos viscerais resíduos
perfumadas pelo fogo
transmutados em negrume
Regojizos e pavores
são lançados sobre o espírito
numa dança esfumeante
de transes milenares
para gáudios inconfessos
de enganosos profetas
Sobre as cinzas de visões
jazem medos e fortunas
de incertezas e ânsias
subjugadas aos destinos
falhados por inércia
Insurgem-se as vontades indómitas
revelam-se os crentes no Homem
esmorecem os repetidos pregões
de esboroados e vencidos dogmas
Respira-se um novo tempo
liberto de fumos icónicos
alicerçado na obra
dos construtores de futuros
JCE 09/2010
por pegadas ancestrais,
marcas assaz duradouras
de profecias vindouras,
reluzentes odisseias
aguardadas pelos crentes
em súplicas subjacentes
ao sentido de uma vida
replicada em muitas mais
Expectativas lavradas
em sinais adivinhados
nos viscerais resíduos
perfumadas pelo fogo
transmutados em negrume
Regojizos e pavores
são lançados sobre o espírito
numa dança esfumeante
de transes milenares
para gáudios inconfessos
de enganosos profetas
Sobre as cinzas de visões
jazem medos e fortunas
de incertezas e ânsias
subjugadas aos destinos
falhados por inércia
Insurgem-se as vontades indómitas
revelam-se os crentes no Homem
esmorecem os repetidos pregões
de esboroados e vencidos dogmas
Respira-se um novo tempo
liberto de fumos icónicos
alicerçado na obra
dos construtores de futuros
JCE 09/2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
PROFUNDEZAS SERENAS
No azul intenso e eterno
das tuas profundezas serenas
jazem mistérios de vidas
destroçadas sem razão,
encerradas em relíquias
que um dia foram sonhos
No fervor das tuas águas
mergulharam dores sentidas
e felicidades supremas,
sem destrinça, sem propósito,
como irrisórios despojos
tristemente libertados
No dealbar de novos dias
transportas contigo memórias
libertadas nas areias,
recuperadas num olhar,
como num exangue rito
renovado nas marés,
no seu regresso imutável
ao afago de firmes margens
Mar azul que tanto guardas
no teu regaço profundo,
acolheste com carinho o sonho
moribundo,
acalmaste as suas dores,
para o veres renascer
serenado
renovado
pacificado ...
JCE 09/2010
das tuas profundezas serenas
jazem mistérios de vidas
destroçadas sem razão,
encerradas em relíquias
que um dia foram sonhos
No fervor das tuas águas
mergulharam dores sentidas
e felicidades supremas,
sem destrinça, sem propósito,
como irrisórios despojos
tristemente libertados
No dealbar de novos dias
transportas contigo memórias
libertadas nas areias,
recuperadas num olhar,
como num exangue rito
renovado nas marés,
no seu regresso imutável
ao afago de firmes margens
Mar azul que tanto guardas
no teu regaço profundo,
acolheste com carinho o sonho
moribundo,
acalmaste as suas dores,
para o veres renascer
serenado
renovado
pacificado ...
JCE 09/2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
SE UM DIA …
Se um dia eu perceber
o sentir por ti forjado
olharei para novas nuvens,
rasgarei as neblinas,
e as auroras intangíveis,
procurando explicação,
ou um traço da razão,
que me fez olhar o mar
sem te ver nele a brilhar
Se um dia eu vislumbrar
as rugas da tua dor
abrirei novas fronteiras,
com passadas sem temor
nas paisagens abrasantes,
repletas de brilhantes
lágrimas sem fim, perdidas
por amor da tua entrega
Se um dia eu encontrar
as virtudes que te moldam
na pessoa que tu és
esboçarei um quadro eterno
de flamejante ardor,
e beleza transcendente,
que guardarei só para mim
na dimensão de um sonho puro
Se um dia
a tua alma eu conhecer …
JCE 09/2010
o sentir por ti forjado
olharei para novas nuvens,
rasgarei as neblinas,
e as auroras intangíveis,
procurando explicação,
ou um traço da razão,
que me fez olhar o mar
sem te ver nele a brilhar
Se um dia eu vislumbrar
as rugas da tua dor
abrirei novas fronteiras,
com passadas sem temor
nas paisagens abrasantes,
repletas de brilhantes
lágrimas sem fim, perdidas
por amor da tua entrega
Se um dia eu encontrar
as virtudes que te moldam
na pessoa que tu és
esboçarei um quadro eterno
de flamejante ardor,
e beleza transcendente,
que guardarei só para mim
na dimensão de um sonho puro
Se um dia
a tua alma eu conhecer …
JCE 09/2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
PERSISTÊNCIA
Inventei-te nos aromas
de alfazemas e ciprestes
com contornos subtis
adornados na pureza
de desejos pueris
Admirei-te a vontade
indómita, determinada,
o teu querer irredutível,
a persistência iluminada
Por força da tua paixão
aqueceste vazios inóspitos
derreteste muralhas de gelo
e abriste caminhos amenos
sobre o granito racional
Sabiamente afastaste
obstáculos, agruras e dores
acreditando na luz flamejante
que te aguardava, serena
no destino arduamente almejado
Adormecem-se assim as memórias
de dias desencontrados
dos propósitos conquistados
em turbilhonante e alvoraçada demanda
da luz diáfana
de ansiados futuros sonhados
JCE 07/2010
de alfazemas e ciprestes
com contornos subtis
adornados na pureza
de desejos pueris
Admirei-te a vontade
indómita, determinada,
o teu querer irredutível,
a persistência iluminada
Por força da tua paixão
aqueceste vazios inóspitos
derreteste muralhas de gelo
e abriste caminhos amenos
sobre o granito racional
Sabiamente afastaste
obstáculos, agruras e dores
acreditando na luz flamejante
que te aguardava, serena
no destino arduamente almejado
Adormecem-se assim as memórias
de dias desencontrados
dos propósitos conquistados
em turbilhonante e alvoraçada demanda
da luz diáfana
de ansiados futuros sonhados
JCE 07/2010
domingo, 5 de setembro de 2010
GOTAS DE SILÊNCIO
Imerso na quietude da solidão
abraço a dureza do silêncio
para nele me encontrar,
para nele me perdoar
Oblívio sentimento de paz
serenidade incapaz
de ser contida nas palavras
Esquecimento dos momentos
de um tempo sem memória
escorraçados pela alma
fustigada
num virar costas ao passado
arrojado
e lamentado
pela perda
inominável
Sôfrego
saboreio o silêncio
gota a gota
inebriante
num adormecer dos sentidos
que me lava as cicatrizes
gravadas no meu ser
No silêncio das palavras
ouço o eco do teu querer
JCE 09/2010
abraço a dureza do silêncio
para nele me encontrar,
para nele me perdoar
Oblívio sentimento de paz
serenidade incapaz
de ser contida nas palavras
Esquecimento dos momentos
de um tempo sem memória
escorraçados pela alma
fustigada
num virar costas ao passado
arrojado
e lamentado
pela perda
inominável
Sôfrego
saboreio o silêncio
gota a gota
inebriante
num adormecer dos sentidos
que me lava as cicatrizes
gravadas no meu ser
No silêncio das palavras
ouço o eco do teu querer
JCE 09/2010
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
SENTIR DO ÉDEN
Tenho entranhado no corpo
o odor flutuante
da tua pele
que se espalhou
inebriante
na suave claridade
que afaga o leito
onde te tive,
onde me dei
num quarto pejado
de paixão e ardor,
incapaz de conter
a explosão do nosso querer,
aflorei as sensações
do teu sentir de mulher
descobri meu corpo
em ti
inverti teu corpo
em mim
na penumbra projectada
pela janela onde o luar
se estreitou
e se espraiou
seria assim
o sentir do Éden?
Fechei a porta do quarto
encerrei nele o luar,
o odor da paixão,
o ardor.
Retive nele
as memórias de ti.
JCE 05/2010
o odor flutuante
da tua pele
que se espalhou
inebriante
na suave claridade
que afaga o leito
onde te tive,
onde me dei
num quarto pejado
de paixão e ardor,
incapaz de conter
a explosão do nosso querer,
aflorei as sensações
do teu sentir de mulher
descobri meu corpo
em ti
inverti teu corpo
em mim
na penumbra projectada
pela janela onde o luar
se estreitou
e se espraiou
seria assim
o sentir do Éden?
Fechei a porta do quarto
encerrei nele o luar,
o odor da paixão,
o ardor.
Retive nele
as memórias de ti.
JCE 05/2010
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