.../...

fico suspenso na expectativa

de um pensamento que rasgue o tempo

e me traduza o sonho das árvores



segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PALAVRAS SOFRIDAS

Sinto as palavras
sofridas
que me inundam
a alma
como vagas
infindas
libertadas pelo mar

Enrolam-se
em novelos confusos
enredam-se
em molhos difusos
derramam
a sua magia
no meu constante divagar

Invadem-me
as margens do ser
para nelas
se espraiarem
e luzirem
hipnóticas
no reflexo
de um olhar

Encerro
as janelas da alma
retenho
as palavras
em mim
até chegar a hora do espanto


JCE 09/2010

2 comentários:

  1. Belo e sensível, João.
    As palavras sempre podem causar-nos espanto... mesmo as sofridas, por inoportunas ...
    As suas já não me espantam porque sei que se alinham sempre pelo seu coração ...
    Um beijinho

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